Mas eu não sei se quero ser sua amiga! Fazer charme para mim mesma, ridículo. Analiso seu perfil, até que você continua muito bonito e solteiro. Veja só, concluiu a tal da faculdade de Direito, deve estar ainda mais insuportável. Conheceu a França, Rússia e a Alemanha. Preferência política: Esquerda, como se eu precisasse de Facebook para saber isso.
Ok, vou deixar você ser meu amigo afinal alguém que leu Harry Potter é digno de amizade!
Uns trinta minutos depois, percebo que estou entediada, já vi tudo que se podia ver no Feed. Vamos ver se tem alguém interessante online. Vejo o bonitinho on. Aí o drama começa.
Será que eu falo oi?! E se ele não me responder? Mas eu queria tanto saber como ele está, saber o que ele tem feito, contar o que eu fiz durante o tempo que nos afastamos! Contar daquele livro que ele ia amar, compartilhar aquela música do cantor que ele ama e que me fez lembrar dele... Acho que ele não se importa mais com o que eu penso. Vai ver ele me adicionou sem nem lembrar quem eu sou. Bobagem. Se ele não me responder ou se não se lembrar de mim, eu também posso simplesmente ignorar. Digito o-i. Mas falta coragem de apertar o enter. E se ele responder, o que eu faço? Pergunto tudo bem, e depois? Há tanto para dizer e ao mesmo tempo nada. Não sei mais como falar com você, já não é natural como foi um dia. Mas essa saudade no meu peito é real, eu sei que é. E eu quero que você saiba, a gente é tão parecido, eu sinto sua falta. Mas como? O tempo se encarregou de que a nossa história se tornasse só lembranças.
No entanto, um "oi, tudo bem?" pode ser um novo começo. Ok, coragem! Fecho os olhos e aperto enviar. Em seguida, leio: visualizada. O coração acelera, surge aquele frio na barriga. Será que ele vai me responder? A resposta vem em um segundo: ele está digitando...